Desde os anos 90 os grafites formam parte da cultura urbana de Girona (Catalunha, Espanha), onde artistas como Zozen Bandido e os NMD deixaram sua marca, tornando-se os pioneiros da arte urbana nesta cidade.
Neste sentido, nos últimos quatro anos, o festival Milestone Project tem enfatizado esta expressão artística e transformando as ruas de Girona em um museu de arte urbana.
Cada verão, artistas internacionais reconhecidos no meio da arte de rua, tais como Kazki, Momo e 108 participam da transformação do espaço público da cidade.
Os grafites, murais artísticos e a arte de rua em geral converteu seus muros em landmarks urbanos, criando novos percursos para descobrir a cidade. O objetivo não é somente estético, mas sim de gerar, através da arte, uma conscientização sobre o espaço público e ressaltar, junto a suas obras, a identidade dos seus habitantes.
O festival já deixou sua marca por toda a cidade; desde as colunas que sustentam a linha de trem, até os caminhos mais escondidos da parte antiga da cidade. Com o passar dos anos, Girona se transformou em uma galeria ao ar livre; a cada ano uma nova trajetória é criada, permitindo que o espectador obtenha uma nova visão sobre o contexto urbano a medida que descobre as obras.
Na primeira edição do Milestone Project, Erica il Cane representou uma das lendas locais: um monstro metade crocodilo metade borboleta, transformando assim a fachada de estacionamento deteriorado em um novo emblema para a cidade.
Na edição 2015 do festival, o artista valenciano Escif e o argentino Pastel interviram pela primeira vez no bairro de Font de la Pólvora, bairro cigano marginalizado. Suas obras trazem certa dignidade aos seus habitantes e ao bairro monótono formado por blocos de moradias construídos nos anos 60.
O Milestone Project abordou um novo foco na arte urbana, já que, durante a semana do festival, diversas atividades, conferências, oficinas de fotografia e vídeo se desenvolveram, permitindo que seus visitantes criassem uma reflexão sobre o espaço público. As intervenções realizadas nestes espaços menos frequentados pretendem não somente abordar uma mudança estética e ressaltar as qualidades do lugar mas também esperam que seus habitantes se reapropriem do espaço urbano.
